Penso, que confiar em alguém, de uma forma geral para todos, é uma percepção que se vai criando ao longo da vida.
No entanto, acredito que seja essencial confiar nos nossos bebés logo assim que nascem.
Talvez para isso precisemos de confiar primeiro em nós e na nossa intuição como pais. A nossa intuição sabe bem o que está certo ou menos certo.
Mas ainda assim, a criança pequena mostra-nos diariamente como podemos confiar nela.
Ela sabe mamar. Não há bebés preguiçosos ou com manhas, há um bebé com o seu ritmo, tal como nós, e ao respeitarmos e ouvirmos os seus sinais ele vai mamar, quando tem de mamar e não quando o relógio manda. A nossa espécie existe há muitos mais anos do que as fórmulas criadas em laboratório e se aqui chegámos é porque sim, o bebé sabe mamar. Só precisa que confiemos nele, em nós e no processo.
Ela sabe quando tem fome. Eles sabem regular o seu apetite, mesmo quando começam a introduzir alguns alimentos sólidos. Se deixarmos a nossa criança ferida lá atrás, que foi obrigada a comer porque os pais queriam e não ela. Saberemos que a criança sabe o seu limite, porque para ela só existe o agora, ela vive permanentemente no agora, então se agora tem fome, vai pedir comida, se agora não tem, vai parar de comer. Cabe ao nosso papel de adulto oferecer o correto e não a guloseima para coagir a criança.
Ela sabe o que precisa de vestir. E mesmo que não saiba, porque lá fora está mais frio, é bom que perceba por ela própria que faz mais frio. E então como adultos estaremos preparados para lhe oferecer o agasalho necessário.
Basta confiar e observar sempre.
A criança sabe; e o que não sabe, deve ter a liberdade de poder aprender e experiênciar por si própria.
Não para nós adultos retorquirmos com um “avisei-te”, nem as deixarmos ao abandono porque se safa sozinho, não isso não é ser pai, isso é negligenciar ou achar-se superior e humilhar a criança. É apenas confiar que a criança tem a sua bússola e nós estamos lá para lhe mostrar o melhor caminho para norte.