Mudar a educação, não é o mesmo que vermos a criança

Maria Montessori, dizia-nos que para realmente fazermos algo diferente na educação, precisamos de poder ver a criança.

Enquanto continuarmos a olhar para a educação como ponto de partida para qualquer mudança, estaremos apenas a ver o meio e como tal, apenas sob a única perspectiva do adulto.

Para realmente fazermos a mudança que tanto precisamos na educação tradicional, não precisamos de mudar as escolas, nem o sistema educativo, não pelo menos numa primeira instância. Porque estaremos apenas a mudar aquilo que aos olhos do adulto, baseado nas suas dores, crenças e história precisa de mudar.

Então o que precisamos fazer primeiro?

Precisamos ver a criança.

Hoje bem cedo, refletia sobre a decisão que tomámos de mais uma vez não colocar o nosso filho numa creche (sendo que já é o terceiro), por várias razões. E uma delas é que eu não me identifico com o que acontece num ambiente escolar, muito menos com crianças pequenas. Eu não iria estar bem, não acredito em dias confinados entre 4 paredes, não acredito em atividades iguais para todos, não acredito em ocupar a criança com brinquedos mil e de mil cores, em salas coloridas e dias passados para ocupar o tempo e a lista por aí vai.

Mas daqui questionei é o melhor para mim ou para ele? Estou motivada pelas minhas dores ou pela minha verdade. Bom, felizmente e pela observação que tenho feito tantos dos meus como das crianças ao nosso redor. Esta ainda consegue ser uma decisão baseada no que é melhor para todos nós, por agora.

A criança precisa de ambiente interno e externo, atrevo-me a dizer que cada vez mais externo dado a sua escassez, precisa de trabalho propositado ao seu desenvolvimento, precisa de espaço, tempo e respeito por aquilo que é, precisa de meios para se expandir ao seu mais. E isso não encontramos nas escolas de hoje.

Então voltando ao ponto inicial, o que precisamos de fazer para mudar a educação ou os modos de educar?

Observar a criança.

Aquilo que ela realmente precisa.

E mudar, consoante as suas necessidades. Olhando a sua perspectiva e o caminho que precisa de fazer.

Só assim estaremos de facto a mudar a educação e aquilo que fazemos pela criança.

Partilhem comigo sobre o que observam que seja necessário mudar!