Hoje escrevo-vos, numa altura difícil, para nós e para o mundo, mas não quero ser mais um local a falar do mesmo, acredito que já tenham a informação necessária (e até mais do que necessária) sobre o assunto.
Venho partilhar uma reflexão, para mim hoje é um dia normal, há cerca de quase 2 anos que escolhi ficar em casa com as minhas duas filhas, e dei por mim a pensar “caramba isto para tanta gente é tão difícil, e eu já o faço à quase 2 anos e quase não dava conta”. Eu e não só.
A nossa diferença é que eu tomei essa decisão deliberadamente e quem está agora foi apanhado de surpresa e foi para casa por obrigação.
Estar em casa com as crianças está a pôr muita gente fora de si e sabem que mais? eu também já estive assim, com uma recém-nascida, um pós-parto e uma criança de 3 anos, um luto para fazer do projecto que tinha, um outro projeto de outra empresa em andamento, uma casa para cuidar, umas quantas pressões sociais e a lidar com tudo isto sozinha, enfim, não foi assim tão diferente no turbilhão de emoções e acontecimentos.
Estar de quarentena, para mim já é normal, com a diferença de não sairmos à rua quando queremos.
Naquela altura ninguém falava do que era estar em casa com os miúdos 24 horas, para muitos inconcebível e até tabu ficar em casa “sem traballhar”.
E com tudo isto passou a falar-se que se trabalha sim, talvez muito mais ao estar em casa com as crianças, que pode ser sim uma fase muito complicada e dar origem a vários problemas no bem-estar emocional e mental de toda a familia, mas também, que há laços que se tornam mais fortes, que há momentos que ficam para a vida, que se estivermos abertos a isso a nossa conexão com as nossas crianças pode ficar mais saudável e eles podem viver dias e momentos tão mais felizes!
Uma hora pode ser muito longa mas um ano passa em segundos.
Aproveitemos para nos conectar à familia que escolhemos e gerar mais amor.
Até já,
Flávia